quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Sobre importância e reconhecimento
Há pessoas que vemos todos os dias, com as quais trabalhamos ou estudamos, mas só quando não estão presentes percebemos o grande vazio provocado por suas ausências. Eu poderia fazer uma lista infinita de pessoas que nem fazem noção da grande importância que têm na minha vida e gastaria resmas de papel para enumerar a razão pela qual cada uma delas aparece nessa importantíssima relação.
Tem uma menina aí que é mil vezes mais importante pra mim do que ela imagina. Minhas conversas com ela deixam o dia mais leve, mais florido, mais ensolarado. Enxergar o mundo através de sua visão faz tudo parecer mais bonito. E eu acho que ela nem sabe disso...
Um outro rapaz apareceu inesperadamente, botou banca e quis ser o chefe. No começo achei que suas filosofias eram teorizadas em meio-fios de madrugadas bêbadas, mas depois de um tempo algumas começaram a fazer sentido, e hoje muitas delas podem influenciar minhas decisões, e o autor nem sabe...
Teve uma moça que sonhou um sonho alto comigo e outro amigo. Lutou, batalhou, passou noites em claro e dias nervosos para que o desejo fosse concretizado. E foi. Comemoramos, rimos e nem acreditávamos que tudo tivesse dado certo. Da mesma forma eu não acredito como estou há meses sem ouvir aquela vozinha de criança. Espero que ela não tenha casado e mudado sem falar nada...
O outro passou quase despercebido por quatro anos. Foi a convivência de todos os dias que estreitaram os laços. Os apelidos, os bordões e as imitações começaram a ter mais sentido e mais valor, já que era isso que dava mais ânimo ao trabalho. É o líder, é o mestre, é o que diminui o peso da rotina e só quem é amigo dele sabe o que é ser amigo dele...
E eu poderia continuar, falar daquela que me estressa, daquele que escreve os textos mais incríveis, da morena que ficou loira e mais decidida, do que mora longe, daquela com quem converso todos os dias sem nem mesmo ver e do que põe apelidos extraordinários. Todos eles me fizeram (e ainda fazem) mais completa e, porque não, feliz.
Fica aqui o meu singelo agradecimento por terem “surgido” na minha caminhada e acrescentado um pouquinho de cada um no que sou hoje.
(Baseado aqui e aqui )
domingo, 25 de outubro de 2009
"Simple Rules"
Sem querer minha mãe me deu uma grande demonstração de amor hoje. Eu vou contar, e parece ser a coisa mais besta do mundo. E é mesmo... engraçado como pra mim, e acho que também pra muita gente, pequenas atitudes valem muito mais que grandes feitos. Hoje mesmo, na aula de inglês, quando eu e minha professora falávamos sobre “Simple Rules” (regras simples, no bom português), tinha lá um tópico: Less is More. Acho que, até hoje, aqui em casa, eu não tinha percebido como menos é mais mesmo.
Eu e meus abadás! É só aparecer uma micareta que eu já corro pra minha mãe me ajudar a arrumar a roupinha. Talvez seja porque ela teve loja de roupas muitos anos, desenhava os modelos e eu sempre ganhava as peças-piloto (e adorava porque tinha roupitchas exclusivas...); talvez seja porque eu não sei mexer com isso mesmo, não fazia nem as roupas das minhas bonecas; ou talvez seja única e exclusivamente só porque ela é minha mãe...
E num dia tão importante pra todo mundo aqui em casa, quando meu irmão passou no vestibular (denovo), lá vou eu correr desesperadamente pra minha mãe me ajudar a cortar e recosturar o ingresso do show. Tá, posso ser egoísta e tal, mas meu irmão estava com os amigos comemorando no quintal e a gente estava na sala, vendo televisão. Fui perguntar o que poderia fazer com aquele pedaço de pano amarelo mesmo, não custava nada...
Viramos e reviramos o abadá, lembramos da vizinha costureira, falei das minhas ideias, e claro, muitas nunca dariam certo se minha mãe não me avisasse como fazer... No auge da discussão fashion os amigos do meu irmão chegaram com ovos e farinha pra fazer mais um pouco de bagunça e sujeira. Lá fomos nós denovo comemorar, porque, segundo o brother, não se passa duas vezes no vestibular pro mesmo curso na mesma faculdade...
Ânimos amenizados, minha mãe foi tomar banho e eu me recolhi em frente ao computador pra lamentar alguma coisa com algum amigo. Eis que chega a minha mãe, com o semblante de cansaço que a água revelou e diz: “Sabe, eu estava pensando ali agora que se a gente cortasse aqui, nessa altura, acho que ia ficar daquele jeito que você queria, assim, meio de ladinho...”. Viramos e reviramos denovo o meio metro quadrado de tecido pra achar uma solução, lembramos denovo da vizinha costureira e que, muito bem lembrado pela minha mãe, eu tinha que ir lá cedo porque depois de certa hora do dia “ela toma umas e fica meio alterada”.
Aí ela saiu do quarto, foi dormir com dor de dente e de cabeça e deixou meu irmão e os amigos jogando truco na área dos fundos. Lembrou minha irmã mais nova que ela devia escovar os dentes antes de dormir e colocar uma roupa mais quente porque estava fazendo frio e ela não para coberta durante a noite.
Só quando ela foi dormir que eu pensei: meu irmão passa no vestibular, ela está com dor de dente e durante o banho pensa em como vai cortar o meu abadá? Como pode? Eu, numa situação dessas, pensaria no dente dolorido e na alegria de ter um filho numa faculdade pública (não necessariamente nessa ordem), e o abadá que ficasse pro outro dia, sequer lembraria disso. Mas minha mãe não, esqueceu de si e da sua grande felicidade do dia pra pensar em mim. Aí caiu a ficha...
Tá bom, tá bom... cortar um abadá pode não ser a maior e melhor demonstração de amor de uma mãe para uma filha, mas vocês entendem a gravidade da situação? Eu avisei no começo que era a coisa mais besta do mundo, e é. Mas, pra mim, menos sempre vai ser mais e são essas “regras simples” que continuam fazendo a diferença, sendo elas bestas ou não.
(escrito em 03/07/09)
domingo, 4 de outubro de 2009
Para inaugurar
